Atualmente, o foco para a utilização dos cavalos tem se voltado ao esporte, com um leque de atividades cada vez mais diversificado, o que demostra a grande importância e a crescente dimensão econômica na criação de cavalos no Brasil. O principal desafio de se criar cavalos hoje é produzir animais saudáveis e resistentes, visto que, com a profissionalização do setor, os animais são cada vez mais desafiados.

Devido aos custos elevados da alimentação, novas alternativas passaram a ser exploradas nos últimos anos e, por isso, o aditivo para equinos vem ganhando mais expressão. Entre os aditivos utilizados na produção animal, destacam-se os probióticos, os quais trazem benefícios à saúde do hospedeiro, não deixam resíduos nos produtos de origem animal e não promovem resistência às drogas. Contém microrganismos e substâncias que propiciam o balanceamento microbiano intestinal adequado e contribuem efetivamente para a melhoria na absorção dos nutrientes pelo organismo animal.

Nessa linha de raciocínio, as leveduras têm sido administradas aos animais há centenas de anos, seja na forma de mosto fermentado, subprodutos de fábricas e destilarias ou como produtos comerciais especialmente produzidos para alimentação animal.

Várias pesquisas estão sendo conduzidas para demonstrar a importância do equilíbrio na microbiota intestinal, visando melhorar o aproveitamento alimentar e o desenvolvimento do animal. Uma das estratégias adotadas é o uso de leveduras vivas como a Saccharomyces cerevisae.

O conceito de probióticos foi relatado pela primeira vez em 1907, onde foi observado que o consumo de leite fermentado por um grupo étnico específico foi responsável por uma maior longevidade, sugerindo que estes produtos manipulavam a microbiota intestinal, auxiliando no equilíbrio das bactérias patogênicas e não patogênicas. A estabilização da microbiota no intestino ajuda o animal a resistir a infecções, particularmente do trato gastrointestinal, mas este equilíbrio pode ser influenciado pela dieta e por fatores ambientais.

Os probióticos são usados para proporcionar enzimas digestivas e tentar estabelecer um equilíbrio desejável dos organismos intestinais. O modo de ação dos probióticos ainda é discutido, porém possíveis mecanismos são descritos, tais como a alteração do metabolismo microbiano, pelo aumento ou queda da atividade enzimática, e a simulação de imunidade pelo aumento do nível de anticorpos, ou aumento da atividade macrófaga.

Alguns pesquisadores realizaram estudos para analisar a influência de probióticos na alimentação equina e observaram que a suplementação com a levedura Saccharomyces cerevisiae melhorou a digestibilidade, ressaltando a estratégia de usar a levedura para estimular a digestão da celulose e melhorar o estado nutricional de cavalos submetidos a dietas com concentrado e volumoso. Como se pode observar, a dieta é apenas um dos sérios fatores que podem influenciar os resultados de cavalos, especialmente de animais submetidos a maiores exigências físicas.

Thiago Centini é médico veterinário, Mestre em nutrição e fisiologia do exercício de equinos e Coordenador Técnico de Equinos da Premix.

Fonte: PREMIX