A partir de 1980, foram construídos mais estábulos para novilhas. Os animais caminham mais sobre as fezes e, com isso, a contaminação por bactérias aumentou. A dermatite digitar do casco originou-se a partir deste momento e tornou-se um problema mundial.

Com dermatite digital (também conhecida como mortellaro), a vaca apresenta uma ferida aberta no casco, e, às vezes, na parte da frente. Isso incomoda muito o animal e, portanto, ele começa a claudicar (mancar).

Na doença dermatite interdigital, a parte de trás do casco geralmente apresenta fissuras, pois as bactérias destroem a parte macia desta região. Algumas vacas podem apresentar mais casos desta doença que outras.

A elevada produção, combinada com acidose, superlotação no barracão, piso úmido e pernas sujas causadas pelos scrapers (raspadores de dejetos), agravam ainda mais este problema. Barracões secos e dar oportunidade de os animais pastejarem em determinados momentos ajudam a manter a doença controlada.

Dermatite Interdigital

Este problema pode ser prevenido facilmente pelos produtores deixando as vacas passarem por um pedilúvio com uma solução de sulfato de cobre (5%) ou formalina (3%) uma vez na semana. O pedilúvio ajuda a prevenir doenças de casco.

Dermatite Digital

Quando uma vaca ou novilha adquire uma doença bacteriana? Em estábulos úmidos, e quando os animais caminham sobre as fezes, eles ficam mais propensos – e isso se aplica tanto para vacas como para novilhas.

Outro local onde os animais podem se contaminar com bactérias é na linha de cocho e bebedouro, pois esses lugares estão mais propícios à formação de barro e acúmulo de dejetos.

O problema disso é que as fezes ficam aderidas no casco ou na pele logo acima do mesmo, e sob esta camada viscosa a bactéria (Treponema) se desenvolve bem. A bactéria fará uma ferida na pele, que, por muitas vezes, se estenderá ao casco, ocasionando os problemas. Podemos observar que o pelo fica levantado em torno da ferida. Além disso, a parte posterior do casco cresce mais rapidamente, pois os animais ficam abruptamente sobre o mesmo.

Não use antibióticos no pedilúvio

Muitos produtores acreditam que o pedilúvio pode curar esta doença. Isto não funciona! O pedilúvio é apenas para prevenção. As bactérias fazem um biofilme que as protege; com isso, ao passarem pelo pedilúvio elas não serão eliminadas. Muitas vezes, o criador faz a inclusão de antibióticos junto com a água. Isto não é indicado em função da resistência criada pelos antibióticos, de modo que futuros tratamentos contra as doenças não irão funcionar.

Como tratar uma vaca com dermatite digital?

O mais importante é remover o biofilme (camada de pus) da ferida aberta. É recomendado usar um papel macio e não usar água. Após limpa, a ferida pode ser tratada com antibiótico em spray (pó) ou uma pasta a base de zinco e cobre. É muito importante que a ferida seque, para que as bactérias não tenham chance de sobreviver. Não é necessário utilizar bandagem em torno da ferida, a menos que já tenha adquirido resistência aos antibióticos usados no tratamento. Então coloque a bandagem depois de dois dias.

Prevenção

Para prevenir essas doenças é importante manter as pernas dos animais limpas. Alguns produtores usam um pulverizador com água com alta pressão antes dos animais irem para o pedilúvio uma vez na semana. Uma técnica moderna é fazer com que as vacas passem por este sistema após a ordenha. Desta forma, entrarão com os cascos limpos no barracão. As bactérias da dermatite não crescem em uma pele limpa.

É importante que vacas secas e novilhas também sejam colocadas no pedilúvio uma vez ao mês, permanecendo 20 minutos com solução de sulfato de cobre ou formalina, para que as bactérias não tenham chance de se desenvolver. Muitos produtores esquecem da prevenção neste grupo de animais e, em seguida, após o parto, estas vacas começam a apresentar os primeiros problemas.

Fokko Tolsma